"Eu Creio:
Que o homem e o mundo são governados por leis naturais.
Que a Ciência integrou o homem ao Universo, alargando a
unidade constituída pela mulher, criando, assim, modesta e sublime: simpatia
para com todos os seres de quem, como poverello, se sente irmão.
Que a Ciência, estabelecendo a inateidade (sentimento
nato) do amor, como a do egoísmo, deu ao homem a posse de si mesmo. E os meios
de se transformar e de se aperfeiçoar.
Que a Ciência, a Arte e a Indústria hão de transformar a
Terra em Paraíso, para todos os homens, sem distinção de raças, crenças,:
nações – banido os espectros da guerra, da miséria, da moléstia.
Que ao lado das forças egoístas – a serem reduzidas a
meios de conservar o indivíduo e a espécie – existem no coração do homem:
tesouros de amor que a vida em sociedade sublimará cada vez mais.
Nas leis da Sociologia, fundada por Augusto
Comte, e por que a missão dos intelectuais é, sobretudo, o preparo das
massas humanas: desfavorecidas, para que se elevem, para que se possam
incorporar à Sociedade.
Que, sendo, incompatíveis às vezes os interesses da Ordem
com os do Progresso, cumpre tudo ser resolvido à luz do Amor.
Que a ordem material deve ser mantida, sobretudo, por causa
das mulheres, a melhor parte de todas as pátrias e das crianças, as pátrias do
futuro.
Que no estado de ansiedade atual, a solução é deixando o
pensamento livre como a respiração, promover a Liga Religiosa,: convergindo
todos para o Amor, o Bem Comum, postas de lado as divergências que ficarão em
cada um como questões de foro íntimo, sem perturbar a esplêndida unidade – que
é a verdadeira felicidade. "
Morrer se preciso for, matar nunca!
Militar e sertanista mato-grossense (5/5/1865-19/1/1958). Cândido Mariano da Silva Rondon nasce em Mimoso e forma-se engenheiro militar e bacharel em ciências físicas, naturais e matemáticas no Rio de Janeiro em 1890.
Quatro anos depois entra para a comissão construtora de linhas telegráficas entre Goiás e Mato Grosso. Durante os trabalhos encontraíndios hostis ou escravos de fazendeiros e os coloca sob a proteção de sua tropa.
Começa a estender linhas telegráficas até o Acre, cruzando 1.650 km de sertões e 1.980 km de florestas inexploradas. Sob sua direção é criado o Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Traça o roteiro e acompanha a expedição do ex-presidente dos EUA Theodore Roosevelt à Região Norte.
A seguir faz o levantamento das regiões de Mato Grosso, de Goiás e do Amazonas. Em 1939 é nomeado presidente do Conselho Nacional de Proteção ao Índio. No mesmo ano recebe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o título de civilizador dos sertões. Três anos antes de sua morte, ocorrida no Rio, o Congresso Nacional aprova uma lei especial conferindo-lhe o posto de marechal.