Inútil Paisagem

sábado, 2 de janeiro de 2010

Rastros...


Rastros


Mística visão, fantástica expressão da memória.

Surgem pelo fio do lombo do rio, os cavalos e os cachorros que

acompanharam minha vivência...

Monarcas escarceando levantam chispas d’água dos cascos.

Na lembrança de cada um, caminhos percorridos no trote

chasqueiro da pressa e no tranco bom de cômodo das boas lembranças.

Rios que vadeamos num vau a bolapé.

Recorridas na invernada de grama verde coberta de geada.

Vaca parida lambendo a cria no milagre da vida.

Quando a caravana, que me emociona pela nossa cumplicidade,

desaparece na curva do rio, ficam os rastros de muito trabalho,

de muitas vitórias, de algumas derrotas.

Histórias bem contadas, outras nem tanto.

Tudo com muito amor e dignidade.

No borbulhar das águas rastros marcantes de muito orgulho.

Se nas águas os rastros são efêmeros, são indeléveis na minha

memória!