Inútil Paisagem

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Lili Marlene


LILI MARLENE

Dietrich Lili Marlen


Lili Marlene" ou como no original em alemão, “Lili Marleen", famosa canção alemã que se tornou o hino extra-oficial dos soldados de infantaria de ambos os lados na Segunda Guerra Mundial.

A letra foi originariamente escrita em 1915 na forma de um poema por um soldado alemão da Primeira Guerra chamado Hans Leip. Posteriormente publicado em uma coletânea de sua poesia em 1937, as metáforas e a emoção do poema chamaram a atenção de Norbert Schultze, que o transformou em musica em 1938.

Lili Marlene se tornou uma canção de guerra quando foi transmitida por uma rádio alemã em Belgrado e foi captada pelos soldados alemães do Afrika Korps. Rommel gostou tanto da música que solicitou a Radio Belgrado que a incorporasse em sua programação, no que foi atendido. A canção era tocada às 21:55h todas as noites imediatamente antes do fim das transmissões.

Os aliados escutaram a música e Lili Marlene se tornou a melodia favorita dos dois lados, a despeito do idioma. Os saudosos soldados eram levados às lágrimas pela voz da, até então, desconhecida cantora Lale Andersen, que se tornou uma estrela internacional. No entanto, a cantora mais famosa foi Marlene Dietrich, que começou a cantar a música em 1943.

A enorme popularidade da versão alemã induziu a criação de uma apressada versão em inglês escrita pelo compositor britânico Tommie Connor em 1944 e transmitida pela BBC para as tropas aliadas.



Versão Original (Em Alemão)

Vor der Kaserne vor dem grossen Tor

Stand eine Laterne, und steht sie noch davor,

Wollen wir uns da wiedersehen

Bei der Laterne wollen wir stehen,

Wie einst Lili Marleen, wie einst Lili Marleen.

Unsre beide Schatten sahn wie einer aus

Dass wir so lieb uns hatten, das sah man gleich daraus

Und alle Leute solln es sehn,

Wenn wir bei der Laterne stehn,

Wie einst Lili Marleen, wie einst Lili Marleen.

Schon rief der Posten: Sie blasen Zapfenstreich

Es kann drei Tage kosten! Kam'rad, ich komm ja gleich.

Da sagten wir auf Wiedersehn.

Wie gerne wöllt ich mit dir gehn,

Mit dir Lili Marleen, mit dir Lili Marleen.

Deine Schritte kennt sie,deinen schönen Gang,

Alle Abend brennt sie,doch mich vergaß sie lang.

Und sollte mir ein Leid geschehn

Wer wird bei der Laterne stehen?

Mit dir, Lili Marleen.

Aus dem stillen Raume, aus der Erde Grund

Hebt mich wie im Traume dein verliebter Mund.

Wenn sich die spaeten Nebel drehn,

Werd' ich bei der Laterne stehn

Wie einst Lili Marleen, wie einst Lili Marleen


Clic e escute...

http://youtu.be/KP8O8Lgjkiw


Pesquisa e imagem: Google

sexta-feira, 18 de março de 2011

Tristeza do Infinito




Tristeza do Infinito
Cruz e Souza

Anda em mim, soturnamente,
Uma tristeza ociosa
Sem objetivo, latente,
Vaga, indecisa, medrosa.
Como ave torva e sem rumo,
Ondula, vagueia, oscila
E sobe em nuvens de fumo
E na minh'alma se asila.
Uma tristeza que eu, mudo,
Fico nela meditando
E meditando, por tudo
E em toda a parte sonhando.
Tristeza de não sei donde,
De não sei quando nem como...
Flor mortal, que dentro esconde
Sementes de um mago pomo.
Dessas tristezas incertas,
Esparsas, indefinidas...
Como almas vagas, desertas
No rumo eterno das vidas.
Tristeza sem causa forte,
Diversa de outras tristezas,
Nem da vida nem da morte
Gerada nas correntezas...
Tristeza de outros espaços,
De outros céus, de outras esferas,
De outros límpidos abraços,
De outras castas primaveras.
Dessas tristezas que vagam
Com volúpias tão sombrias
Que as nossas almas alagam
De estranhas melancolias.
Dessas tristezas sem fundo,
Sem origens prolongadas,
Sem saudades deste mundo,
Sem noites, sem alvoradas.
Que principiam no sonho
E acabam na Realidade,
Através do mar tristonho
Desta absurda Imensidade.
Certa tristeza indizível,
Abstrata, como se fosse
A grande alma do Sensível
Magoada, mística, doce.
Ah! tristeza imponderável,
Abismo, mistério aflito,
Torturante, formidável...
Ah! tristeza do Infinito!

Cruz e Souza
(Poeta representante do Simbolismo Brasileiro)

Fonte: www.dominiopublico.gov.br


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ontem ao Luar



Ontem ao luar


Catulo da Paixão Cearense e Pedro de Alcântara



Nós dois em plena solidão

Tu me perguntaste

O que era dor de uma paixão

Nada respondi

Calmo assim fiquei

Mas fitando azul do azul do céu

A lua azul e te mostrei

Mostrando a ti dos olhos meus correr senti

Uma nívea lágrima e assim te respondi

Fiquei a sorrir por ter o prazer de ver a lágrima nos olhos a sofrer

A dor da paixão não tem explicação

Como definir o que só sei sentir

É mister sofrer para se saber

O que no peito o coração não quer dizer

Pergunto ao luar travesso e tão taful

De noite a chorar na onda toda azul

pergunto ao luar do mar a canção

Qual o mistério que há na dor de uma paixão

Se tu desejas saber o que é o amor

Sentir o seu calor

O amaríssimo travor do seu dulçor

Sobe o monte a beira mar ao luar

Ouve a onda sobre a areia lacrimar

Ouve o silêncio de um calado coração

A falar da solidão

A penar a derramar os prantos seus

Ouve o choro perenal a dor silente universal

E a dor maior que a dor de Deus

Se tu queres mais

Saber a fonte dos meus ais

Põe o ouvido aqui na rósea flor do coração

Ouve a inquietação da merencória pulsação

Busca saber qual a razão

Porque ele vive assim tão triste a suspirar

A palpitar em desesperação

Na teima de amar um insensível coração

Que a ninguém dirá no peito ingrato em que ele está

Mas que ao sepulcro fatalmente o levará

domingo, 6 de fevereiro de 2011

... De Catulo da Paixão Cearense para seus críticos...

SERENATA NO CÉU

AVasco Lima

Zoilos! Parvos Aretinos!
Criticóides pequeninos!
Passadistas refratários!
Futuristas - legionários
dos maiores desatinos!
Poetastros retardatários!
Reis e príncipes cretinos!...

Vêde, pobres cerebrinos,
minha glorificação!

Numa dessas noites belas,
toda branca, tôda nua,
noite de recordação,
eu ouvi Deus e seus anjos,
em serenata às estrêlas,
cantando dentro da Lua
o meu "Luar do Sertão".


Luar do Sertão

Composição: Catulo da Paixão Cearense / João Pernambuco


Ah que saudade

Do luar da minha terra

Lá na serra branquejando

Folhas secas pelo chão

Este luar cá da cidade tão escuro

Não tem aquela saudade

Do luar lá do sertão

Não há oh gente oh não

Luar como este do sertão

Não há oh gente oh não

Luar como este do sertão

A gente fria

Desta terra sem poesia

Não se importa com esta lua

Nem faz caso do luar

Enquanto a onça

Lá na verde da capoeira

Leva uma hora inteira

Vendo a lua derivar

Não há oh gente oh não

Luar como este do sertão

Ai quem me dera

Que eu morresse lá na serra

Abraçado à minha terra

E dormindo de uma vez

Ser enterrado numa grota pequenina

Onde à tarde a surubina

Chora a sua viuvez

Não há oh gente oh não

Luar como este do sertão

Não há oh gente oh não

Luar como este do sertão


imagem: Google